sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Pesquisadores avaliam os impactos da covid-19 na educação brasileira

 

Estudo reúne pesquisadores de todas as regiões do país para avaliar os impactos da covid-19 na educação brasileira.

O projeto é financiado pelo PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e deve apresentar os primeiros resultados em março de 2022. A coordenadora da pesquisa, a professora da Universidade de Brasília, a UnB, Maria Lídia, avalia que a diversidade de realidades de um país como o Brasil requer um estudo detalhado.

A pesquisa escolheu um município em cada região, com uma escola na periferia, outra numa região central, uma escola privada e uma escola rural, com objetivo de colher o maior número de experiências possíveis. Estão incluídas na investigação ainda escolas indígenas, quilombolas e de crianças e adolescentes de diferentes idades.

A professora da Faculdade de Educação da Unb, Maria Lídia, antecipou que são muitas as situações encontradas, como os órfãos que foram acolhidos por outras pessoas e crianças que mudaram da cidade para áreas rurais.

Algumas pesquisas, contudo, já identificaram alguns problemas gerados pela pandemia. Levantamento encomendado pelo Itaú Social, por exemplo, realizados por entrevistas telefônicas, mostrou que 40% dos alunos sentem que não estão evoluindo na aprendizagem

Outro exemplo é do município de Serrana, no estado de São Paulo, que foi um dos primeiros a retomar as aulas presenciais nas escolas públicas. Uma avaliação com os alunos dessa cidade identificou uma defasagem na aprendizagem tanto de matemática, quanto de português, principalmente nos alunos do terceiro ano do ensino fundamental, como destacou a secretária de educação de Serrana, Maria Isabel de Oliveira, que identificou a necessidade de fazer um trabalho de acolhimento para os alunos.

De acordo com um estudo da Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, mais de 5 milhões de crianças ficaram sem acesso à educação no país em 2020. Em 2019, antes da pandemia, o Brasil registrava 1 milhão de jovens fora da escolas.

fonte 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

'Seria um retrocesso', diz mãe de menina com deficiência sobre política do governo Bolsonaro para educação especial

 

Política Nacional de Educação Especial foi tema de audiência pública no Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, o ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou que o grau de deficiência de parte dos alunos especiais torna "impossível a convivência".

A educação de pessoas com deficiência foi tema de audiência pública do Supremo Tribunal Federal nesta segunda (23) e terça-feira (24). O objetivo do encontro foi debater o decreto 10.502, de 2020, do governo de Jair Bolsonaro, que alterou a política pública de ensino para crianças com deficiência. O decreto propõe a Política Nacional de Educação Especial e preocupa pais e especialistas em educação que avaliam a proposta como um retrocesso. Atualmente, o decreto está suspenso pelo STF, que ainda vai julgar o mérito no plenário.

O decreto não torna obrigatório que todas as crianças com deficiência estudem em escolas especiais, porém pode dificultar as matrículas em escolas regulares. Isso acontece porque os responsáveis pelas crianças com deficiência podem, por exemplo, ser aconselhados a procurar instituições especializadas ao tentar realizar a matrícula em uma escola comum.

Uma das pessoas preocupadas com esse decreto é Mayra Bezerra. A filha dela, Marina, de 9 anos, tem síndrome de down e, desde o começo da trajetória escolar, estuda no modelo misto, ou seja, com crianças que não possuem nenhum tipo de deficiência. No início de 2021, ela retornou às aulas presenciais.

Marina, de 9 anos, tem síndrome de down e estuda no modelo misto, ou seja, com crianças que não possuem nenhum tipo de deficiência — Foto: Mayra Bezerra/Arquivo pessoal

Marina, de 9 anos, tem síndrome de down e estuda no modelo misto, ou seja, com crianças que não possuem nenhum tipo de deficiência — Foto: Mayra Bezerra/Arquivo pessoal

Esperta e alegre, Marina, que está no 2º ano do ensino fundamental, compartilha nas redes sociais sua rotina com a família e amigos. Um desses amigos é Arthur de Sá, de 8 anos, que não possui deficiência. Eles se conheceram na escola, no 1º ano, e a amizade dos dois fez com que as mães, Mayra Bezerra e Paulyane Sá, se tornassem amigas.

Marina afirmou ao G1 que gosta do colégio onde estuda e ama os amiguinhos com quem compartilha a sala de aula. E lembra com muita alegria de Arthur, de quem recorda que ganhou uma bolsa rosa. "Amo vocês, amigos de mamãe!", disse.

Marina, de 9 anos, tem síndrome de down, estuda no modelo misto e diz que ama os colegas de escola
--:--/--:--

Marina, de 9 anos, tem síndrome de down, estuda no modelo misto e diz que ama os colegas de escola

Segundo Arthur, ser amigo de Marina é muito divertido e eles adoram brincar juntos. “Eu adoro ser amigo de Marina, a gente brinca de pega-pega e de se esconder! Eu gosto muito dela, pois somos amigos há muito tempo, desde o primeiro ano”, afirmou.