Estudo reúne pesquisadores de todas as regiões do país para avaliar os impactos da covid-19 na educação brasileira.
O projeto é financiado pelo PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e deve apresentar os primeiros resultados em março de 2022. A coordenadora da pesquisa, a professora da Universidade de Brasília, a UnB, Maria Lídia, avalia que a diversidade de realidades de um país como o Brasil requer um estudo detalhado.
A pesquisa escolheu um município em cada região, com uma escola na periferia, outra numa região central, uma escola privada e uma escola rural, com objetivo de colher o maior número de experiências possíveis. Estão incluídas na investigação ainda escolas indígenas, quilombolas e de crianças e adolescentes de diferentes idades.
A professora da Faculdade de Educação da Unb, Maria Lídia, antecipou que são muitas as situações encontradas, como os órfãos que foram acolhidos por outras pessoas e crianças que mudaram da cidade para áreas rurais.
Algumas pesquisas, contudo,
já identificaram alguns problemas gerados pela pandemia. Levantamento
encomendado pelo Itaú Social, por exemplo, realizados por entrevistas
telefônicas, mostrou que 40% dos alunos sentem que não estão evoluindo na
aprendizagem
Outro exemplo é do município de Serrana, no estado de São Paulo, que foi um dos primeiros a retomar as aulas presenciais nas escolas públicas. Uma avaliação com os alunos dessa cidade identificou uma defasagem na aprendizagem tanto de matemática, quanto de português, principalmente nos alunos do terceiro ano do ensino fundamental, como destacou a secretária de educação de Serrana, Maria Isabel de Oliveira, que identificou a necessidade de fazer um trabalho de acolhimento para os alunos.
De acordo com um estudo da
Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, mais de 5 milhões de
crianças ficaram sem acesso à educação no país em 2020. Em 2019, antes da
pandemia, o Brasil registrava 1 milhão de jovens fora da escolas.